É com orgulho que compartilho a versão corrigida da minha tese de doutorado defendida recentemente na FFLCH-USP. Intitulada "Uma história da literatura de horror no Brasil: fundamentos e autorias", a pesquisa oferece um panorama historiográfico do gênero no país por meio da análise de 20 narrativas curtas, em um período que abrange os séculos 19, 20 e 21. Há, também, um capítulo dedicado à conceituação da ficção literária de horror.
O trabalho foi orientado pelo prof. dr. Ricardo Iannace, e a banca julgadora foi composta pelo prof. dr. Júlio França e pelas profas. dras. Maria Zilda Cunha e Sandra Trabucco Valenzuela. A eles e a elas, agradeço imensamente pela contribuição para que a pesquisa atingisse sua forma final - que, talvez não seja demais mencionar, foi aprovada com recomendação de publicação.
O link para download está no final deste post. Antes, o resumo:
NESTAREZ, Oscar. Uma história da literatura de horror no Brasil: fundamentos e autorias. 2022. 197 pp. Tese (Doutorado) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022. A presente tese constitui-se como um estudo historiográfico da ficção literária de horror no Brasil, tendo, entre seus propósitos, a investigação da genealogia e das singularidades dessa produção – confia-se leitura a narrativas dos séculos XIX e XX, e primeiros decênios do XXI. Para tanto, o trabalho sustenta-se em três capítulos: no primeiro, verificam-se as origens e a consolidação do gênero horror, aqui contemplado à luz dos estudos de Noël Carroll e Xavier Aldana Reyes, entre outros, que elegem o efeito estético como determinante para tal expressão ficcional. Avultam, nesta parte da tese, acepções que objetivam diferenciar a manifestação do horror em relação ao gótico e ao fantástico, suas matrizes literárias, bem como a conceituação de um imaginário – de acordo com pressupostos de Michel Maffesoli – do horror, a preceder a própria conformação do gênero, com vistas a enfrentar anacronismos que comumente caracterizam a recepção de narrativas assustadoras. Também no primeiro capítulo, destaca-se o papel da estética da recepção, conforme estabelecida por Jauss e Iser, nos estudos relacionados à escrituração do horror. No segundo capítulo, traça-se um percurso da literatura de horror no Brasil com a abordagem de 17 narrativas breves. O ponto inicial é Noite na taverna (1855), que nesta tese antecede as prosas correspondentes a cada uma das 14 décadas que separam a obra de Álvares de Azevedo do século XXI. Em todo o percurso, mantém-se em vista a vinculação dessas narrativas ora ao imaginário do horror no Brasil, ora ao gênero de fato, conforme proposto no primeiro capítulo. Também se busca salientar, aqui, as ressonâncias de certas obras na composição do horror no país do século XXI – produção essa que entra em foco no terceiro e último capítulo, com as análises de três contos: “Casa de fazenda” (2012), de Márcio Benjamin, “A idade da revelação” (2018), de João Paulo Parisio, e “Um invasor” (2020), de Cláudia Lemes. Por fim, soma-se a essas leituras um breve panorama contextual da literatura de horror brasileira nas duas primeiras décadas deste século. Palavras-chave: Horror, Gótico, Historiografia Literária, Literatura Brasileira, Literatura Comparada
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