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  • Foto do escritorOscar Nestarez

[Dissertação] E. A. Poe e Mário de Sá-Carneiro: os fantasmas e a criação literária do fantástico

De 2014 a 2016, cursei mestrado no programa de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP, sob orientação da Profa. Dra. Maria Rosa Duarte.

Minha pesquisa envolveu uma leitura comparada dos contos "Ligéia", de Poe, e "A grande sombra", do poeta Mário de Sá-Carneiro, à luz de concepções da literatura fantástica e dos fantasmas produzidos pela imaginação (de acordo com o filósofo italiano Giorgio Agamben).


Abaixo, disponibilizo o resumo do trabalho e o link para download diretamente do site da universidade:

A dissertação desenvolve uma reflexão sobre o modo do fantástico na literatura à luz de uma operação basilar do processo cognitivo-imaginativo, advinda do pensamento clássico de Aristóteles: os fantasmas produzidos pela imaginação. A investigação se dá por meio da leitura comparativa entre duas narrativas Ligéia (1838), de Edgar Allan Poe e A Grande Sombra (1915), de Mário de Sá-Carneiro -, tendo por suportes teóricos os estudos de Remo Ceserani (O fantástico, 1996), Irène Bessière, (Le récit fantastique la poétique de l incertain,1974) e Giorgio Agamben (Estâncias: a palavra e o fantasma na cultura ocidental, 1977), além das reflexões críticas de Edgar Allan Poe sobre os vínculos entre os fantasmas imaginários e a criação poética em A filosofia da composição (1845), The poetic principle (1850) e Marginália (1849). Indaga-se como, a partir das diferenças entre ambas as narrativas seja pela distância temporal, seja pelas marcas do fantástico, mais visíveis em uma ( Ligéia ) do que em outra ( A Grande Sombra ) , a raiz do modo literário do fantástico poderia se inscrever nos fantasmas imaginativos produzidos em nível de enredo e, mais especificamente, no de enunciação. A hipótese é a de que tanto Ligéia quanto A Grande Sombra apontam para a criação de fantasmas pela faculdade imaginativa como a responsável pelos efeitos estéticos do fantástico. Isso se dá por meio da singularidade de um processo enunciativo fundamental: aparições espectrais, tanto em nível de enredo quanto no das múltiplas visões do narrador e no do discurso poético-fantasmático, marcado pela crise da representação de referentes em ausência. A análise comparativa revela que a relação fantasma-fantástico se manifesta em ambos os textos, porém com pesos distintos: em Ligéia , dominam os operadores do modo fantástico espectros, duplos, projeções entre luz e sombra, ambientação e terror propiciados pelo gótico e, sob esse plano, subjaz o do discurso fantasmático do narrador-autor na sua corrente subjacente de sentido . Em A Grande Sombra , é o discurso sensacionista-fantasmático do diário de um narrador-autor que sobressai, deixando em segundo plano o enredo e sua ambientação fantasmagórica.


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